Problemas no couro cabeludo são mais comuns do que se pensa. Mas métodos simples evitam futuras dores de cabeça.
Alisados, coloridos, alongados, raspados... As tendências para os cabelos são muitas, mas e o couro cabeludo? Pouca gente sabe que ele merece tanta atenção quanto as madeixas (ou mais). E para ter um couro cabeludo saudável não é necessária uma mudança radical. Com medidas simples e diárias, é possível dar um carinho especial a essa parte do corpo e evitar problemas graves.
Antes de saber o que fazer para mantê-lo saudável, é importante conhecer sua estrutura e funcionamento.
O couro cabeludo é um pedaço da pele cuja função é cobrir a porção superior da calota craniana. Seus folículos pilosos são maiores do que os do restante do corpo, por isso os pelos (cabelos) nessa área crescem mais. Durante as etapas da vida, o couro cabeludo passa por mudanças que influem na quantidade de secreções, importantes para a saúde dele.
“As glândulas sebáceas produzem um óleo que o protege. Já as sudoríparas produzem suor, mantendo estável a temperatura do couro cabeludo”, afirma o dermatologista Luciano Barsanti, autor do livro Dr. Cabelo (Editora Elevação, 2009).
Problemas mais comuns
Em certas épocas do ano, determinados problemas capilares que envolvem o couro cabeludo são corriqueiros. No verão, os casos de dermatite seborreica e pitiríase versicolor são mais frequentes.
A primeira nada mais é do que a popular caspa, excesso de oleosidade que resulta em descamação. Já a segunda é uma doença causada por fungos que produzem vários pontos coloridos no couro cabeludo, do branco ao amarronzado.
A má alimentação pode agravar os dois casos. Evitar doces, gorduras saturadas e banhos quentes ajuda a controlar o quadro, mas não substitui a visita ao dermatologista e ao tricologista.
Porém, é a calvície que leva mais pacientes aos consultórios médicos. Associada a efeitos negativos causados por cirurgias estéticas, problemas alimentares e hormonais e estresse, a queda de cabelos pode ainda ser proveniente de doenças do couro cabeludo, como a seborreia.
Outros problemas podem ser causados pelo mau uso de chapinhas, secadores e modeladores de cachos, quando os aparelhos esquentam o couro cabeludo a ponto de queimá-lo e deixá-lo com bolhas. Outro cuidado é usar um xampu antirresíduos uma vez por semana, para retirar todos os vestígios de produtos
(dependendo é claro do grau de gravidade do problema e após consultar um dermatologista).
Procedimentos químicos rotineiros, como colorações e alisamentos, também podem causar queimaduras ou dermatites por irritação. Para evitá-las, o primeiro passo é verificar se o cosmético a ser usado tem a autorização da Anvisa e ler a composição dele. O segundo é fazer o teste de pele, uma avaliação de sensibilidade para saber se ocorrem alergias ou inflamações na cútis depois do contato com o produto. Ao menor sinal de alteração, é preciso consultar um dermatologista.
Análise capilar
Uma forma de monitorar a saúde do couro cabeludo é fazer avaliações periódicas. O assunto é tão sério que existe um ramo a medicina focado no diagnóstico e no tratamento dos problemas capilares: a tricologia.
Ademir Jr., dermatologista especialista em tricologia, conta que no mercado existem equipamentos avançados que fazem uma avaliação precisa. “O Trichoscan, por exemplo, tira uma foto do couro cabeludo e seu software lê vários critérios e informa o que anda acontecendo por ali”, afirma.
A microscopia eletrônica da raiz do cabelo e do bulbo capilar é outra alternativa. Ela avalia os danos causados pelo sol e secador, assim como as alterações devidas a patologias, processos químicos e escovações.
A Kérastase, conhecida por suas fórmulas de alta performance, desenvolveu uma avaliação completa do histórico da fibra capilar. É um questionário sobre os cuidados com o couro cabelo. Aplicado por um profissional da marca, ele contempla o estado e o tipo do cabelo, os hábitos de lavagem, o xampu
usado, a frequência da utilização de produtos térmicos, o tipo de coloração e relaxamento, além da textura e da porosidade. “Para cada couro cabeludo – oleoso, sensível, com caspa ou normal – existem hidratações, reposições e xampus desintegradores de gorduras específicos.
Com base nos dados obtidos, é possível indicar a linha de manutenção mais adequada e a maneira correta de higienização do couro cabeludo. Mesmo que o suor e a oleosidade natural sejam benéficos, lavar a cabeça diariamente ou três vezes por semana com produtos ideais para cada tipo de cabelo ajuda a manter as madeixas limpas, cheirosas e livres de fungos.
CUIDADOS COM A LAVAGEM
O condicionador deve ficar restrito ao comprimento e à ponta dos fios. Deve-se evitar ao máximo, o contato do produto com o couro cabeludo. Por isso, caso o cabelo seja muito curto, o uso do cosmético é desnecessário.
– Estando morna, a água ativa a circulação periférica e atua na renovação celular, responsável pela saúde do couro cabeludo e do cabelo.
– No momento da lavagem, esfregue suavemente o couro cabeludo com a ponta dos dedos, fazendo movimentos circulares e bastante espuma com o xampu. Enxágue bem a região para retirar todo resquício do produto.
– Na hora de pentear o cabelo, use uma escova ou um pente que não machuque a cabeça. Movimentos bruscos podem arrebentar os fios desde a raiz.
Tira-teima:
Dormir com o cabelo molhado faz o couro cabeludo mofar ou permite a proliferação de fungos?
O pior que pode acontecer é a pessoa ficar resfriada ou o cabelo se embaraçar ainda mais.
Se você costuma prender os cabelos ainda molhados, corre-se então o risco de assim
adquirir a presença de fungos no couro cabeludo, ou agravamento de problemas já existentes.
Lavar o cabelo muitas vezes por dia faz mal à raiz?
O couro cabeludo pode se ressecar, o fio perder o brilho e o frizz pode aumentar. O ideal é que o cabelo seja lavado no máximo uma vez por dia, após alguma prática esportiva ou antes de um evento social.
Para hidratar o cabelo, é necessário utilizar cremes da raiz até as pontas?
A hidratação deve ser feita ao longo dos fios. O contato de produtos oleosos com a raiz estimula o surgimento de seborreia e pode até alterar o pH do couro cabeludo.
Xampu que contém sal prejudica o couro cabeludo e o cabelo?
O sal desidrata o fio e dificulta o pentear, o que não quer dizer que deve ser excluído. Em excesso, pode provocar coceira no couro cabeludo, por isso existem princípios ativos nas fórmulas de alguns produtos capilares que inibem a ação do sal.
A coloração afeta o couro cabeludo?
Não. Utilizando produtos reconhecidos pela Anvisa, o risco de ter alergias é o mesmo caso um produto seja aplicado no couro cabeludo sem ter sido testado em uma região menor da pele.
Usar gel na raiz traz danos ao couro cabeludo?
Antes de aplicá-lo, é preciso verificar se a fórmula contém álcool ou silicone. Na ausência desses componentes, não há problema nenhum.
Usar boné por muito tempo prejudica o couro cabeludo?
O boné protege o couro cabeludo dos raios solares. Mas, quando usado por muito tempo ou em lugares fechados e abafados, pode aumentar a oleosidade e a caspa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário