quarta-feira, 6 de abril de 2011
AGENTES EXTERNOS
Entenda o que os raios solares provocam na estrutura capilar e saiba como aproveitar o calor em segurança
Mesmo exercendo funções vitais para a vida humana, como a produção de vitamina D, que promove a absorção de cálcio, necessário para o desenvolvimento dos ossos e dos dentes, o sol está no topo da lista dos fatores que agridem os cabelos. Os raios ultravioleta atingem a matriz capilar e “fritam” os fios, prejudicando a retenção de água e deixando as cutículas abertas.
Dois tipos de ultravioleta influenciam a saúde humana. Os raios UVA penetram profundamente e são responsáveis pelo envelhecimento cutâneo e capilar, pela fotossensibilidade e pela pigmentação. Já os raios UVB estão relacionados às queimaduras solares, ao câncer de pele e à perda de proteínas, além de provocarem um estresse oxidativo que aumenta a aglomeração de radicais livres nas células capilares. O resultado? Fios ressecados, quebradiços, com pontas duplas e sem brilho.
O aumento de produtividade das glândulas sebáceas é outro ponto negativo, e vai além de deixar os fios com uma textura desagradável. “O excesso de oleosidade no couro cabeludo pode gerar dermatite seborreica, descamação e caspa, além de agravar a queda de cabelos”, explica a dermatologista Cristiane Braga.
E se a cabeleira sofre com a luz solar, o couro cabeludo não fica de fora. A incidência demasiada de sol sobre os melanócitos pode provocar queimaduras e câncer na região. Mesmo sendo mais frequente em homens por volta dos 60 anos, essa doença também atinge as mulheres. De acordo com estudos feitos por pesquisadores da University of North Carolina, esse câncer é mais letal do que melanomas em outros lugares, como nos braços ou nas pernas.
O sol também deixa as madeixas mais claras, porque os fios, assim como a pele, produzem melanina
– agente responsável pela cor – e o sol estimula o organismo a produzi-la. “A cor se altera quando os raios UVA atingem o pigmento do córtex. Os cabelos castanho-escuros ficam avermelhados e os loiros ganham um tom dourado. Os pretos são mais resistentes [a mudanças de tom]”, esclarece Irina Afonso, dermatologista da clínica Tez Dermatologia. Há produtos de clareamento ativados pela própria radiação solar, como o Sun In, da Phytoervas, sucesso nos anos 1990. Basta borrifá-lo no cabelo e tomar sol para que as madeixas comecem a ficar loiras.
Ao ar livre
Não pense que para resolver todos esses problemas é necessário fechar as persianas e ficar recluso durante a estação mais quente do ano. O segredo para manter a saúde é a precaução. Irina considera o chapéu, o lenço, o guarda-sol e os cosméticos com filtro solar como amigos da saúde capilar. A cabeleireira Dinha, do salão 1838, aposta em fluidos, cremes e leave-in com fator de proteção solar. Ela destaca a importância de usar produtos adequados para cada tipo de cabelo, além de máscaras nutritivas e ampolas de hidratação. Quanto aos princípios ativos mais apropriados, Cristiane cita as ceramidas, as proteínas do leite e o silicone (que cria uma película protetora nos fios).
Os hábitos alimentares também podem ajudar na operação verão. Beber pelo menos dois litros de
água por dia, ingerir frutas cítricas e consumir vegetais de folhas verde-escuras, oleaginosas (nozes, castanhas, etc.), ovos, salmão e açaí auxilia na hidratação do organismo e reduz o estresse oxidativo.
Cristiane aconselha quem vai curtir a temporada na praia ou na piscina a permanecer em locais com sombra e reaplicar os produtos protetores no cabelo a cada quatro horas ou após cada entrada na água. Vale também respeitar os horários mais apropriados para se expor ao sol: até as 10 h e após as 17 h.
O brasileiro se protege pouco
Os hábitos nacionais estão aquém do esperado com relação à proteção solar. De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde no início de 2008, a média de brasileiros que se protegem diariamente contra a radiação ultravioleta com protetor solar, chapéu, sombrinha ou roupas adequadas é de 43,9%.
Os maiores percentuais se encontram em Florianópolis (56,1%), Palmas (52,2%), Curitiba (51%) e no Distrito Federal (50,8%). O Rio de Janeiro, onde estão as praias mais famosas do país, é a capital com a menor porcentagem, apenas 37,6%.
Conheça os agentes externos que mais interferem na saúde dos fios:
Sol: clareia o cabelo, aumenta a oleosidade e favorece o ressecamento e o estresse oxidativo.
Vento: resseca os fios por reduzir a capacidade de hidratação.
Poluição: provoca o maior acúmulo de radicais livres, que resultam em fios pesados e sem brilho.
Umidade: em excesso pode aumentar o volume.
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